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MPB por Pessoas com Deficiência: Uma Celebração de Talentos e Superação

MPB por Pessoas com Deficiência: Uma Celebração de Talentos e Superação

'MPB por Pessoas com Deficiência', uma playlist cuidadosamente selecionada pela Bigland.co que destaca a diversidade musical de artistas brasileiros com deficiência.

A música é uma expressão universal que transcende barreiras físicas, culturais e sociais. Apresentamos "MPB por Pessoas com Deficiência", uma playlist especial que reúne músicas de alguns dos maiores talentos da música popular brasileira que, além de seu imenso talento musical, compartilham uma jornada de superação de desafios devido a suas deficiências. Esta iniciativa, curada pela Bigland.co, celebra não apenas a diversidade musical brasileira, mas também a resiliência e o talento de alguns artistas que contribuíram para excelência da música nacional.

Neste contexto de celebração e reconhecimento, é importante destacar as trajetórias de alguns artistas que não só enfrentaram adversidades, mas também utilizaram suas experiências como fonte de inspiração para suas expressões artísticas. Desde a voz poderosa de Sara Bentes, que se tornou uma embaixadora da música clássica e popular apesar de sua perda de visão, até a energia contagiante da Tribo de Jah, uma banda formada por músicos cegos que trouxe novas dimensões ao reggae brasileiro. Estes artistas, junto a figuras icônicas como Roberto Carlos e Herbert Vianna, cujas histórias de superação são tão impactantes quanto suas contribuições musicais, compõem esta playlist única. A seguir, exploraremos mais detalhadamente suas biografias.

Herbert Vianna

Líder da banda Paralamas do Sucesso, Herbert se tornou um símbolo de resiliência após um acidente de ultraleve que o deixou paraplégico. Continua a ser uma força criativa na música, escrevendo e performando com a mesma paixão de sempre. Herbert Vianna, o icônico vocalista dos Paralamas do Sucesso, sofreu um trágico acidente em fevereiro de 2001 que mudou drasticamente sua vida e carreira. Enquanto pilotava um ultraleve junto com sua esposa, Lucy Vianna, o avião caiu em Angra dos Reis, resultando na morte de Lucy e deixando Herbert paraplégico.

Apesar da gravidade de suas lesões e da imensa perda pessoal, Herbert mostrou uma resiliência extraordinária. Paraplégico e inicialmente com amnésia traumática, ele lutou através de uma longa recuperação para voltar aos palcos e continuar sua carreira musical. Esse período não apenas testou seu espírito, mas também profundou a emoção e a profundidade de sua música, refletindo temas de perda, amor e superação.

Sara Bentes

Desde cedo, Sara Bentes demonstrou uma paixão intensa pelas artes. Vinda de uma família artisticamente inclinada, Sara não só se destacou no canto, mas também no desenho, apesar de sua baixa visão que eventualmente evoluiu para cegueira total aos 27 anos devido a um glaucoma congênito. Aos 13 anos, ela começou seus estudos de canto no coral do colégio Macedo Soares, sob a orientação da maestrina Regina de Sá.

Seu talento a levou a se apresentar em grandes corais em Volta Redonda e em cidades de Minas Gerais, explorando gêneros que vão do canto lírico à MPB, choro, samba, música infantil e internacional. Aos 19 anos, Sara estudou música na Itália e foi posteriormente aclamada como melhor cantora internacional para jovens solistas no concurso Rosemary Kennedy em Washington, EUA. Sara tem quatro discos lançados e cinco livros publicados, demonstrando sua versatilidade e dedicação à arte.

Roberto Carlos

Roberto Carlos é um ícone da música brasileira cuja trajetória pessoal é marcada por muitas superações. Aos seis anos, enquanto brincava perto de uma linha de trem em Cachoeiro de Itapemirim, sofreu um acidente que resultou na amputação de sua perna direita. Esse evento influenciou profundamente sua vida e obra, como refletido em canções como "O Divã" e "Traumas". A força de Roberto Carlos em enfrentar sua deficiência e alcançar uma carreira musical sem precedentes é uma fonte de inspiração para muitos.

Roberto não permitiu que essa adversidade o impedisse. Durante a adolescência, usou uma muleta para auxiliar sua locomoção, mas sua paixão pela música e sua determinação em superar os desafios o levaram a uma carreira musical excepcionalmente bem-sucedida. Inspirando-se em figuras como Elvis Presley e influenciado pela bossa nova, começou a cantar e compor, transformando sua dor em arte que ressoa com emoção e resiliência.

Kátia

Kátia, conhecida por sua marcante interpretação da música "Qualquer Jeito" ("Não está sendo fácil"), foi uma voz icônica da MPB durante os anos 80, apadrinhada pelo rei Roberto Carlos. Apesar de ter nascido cega devido a complicações no parto prematuro, Kátia nunca permitiu que sua deficiência visual definisse seus horizontes. Sua determinação e talento musical a levaram ao sucesso, com hits como "Lembranças" e a venda de milhões de discos.

No entanto, no meio dos anos 90, Kátia decidiu dar uma pausa em sua carreira artística para dedicar-se a projetos voltados para pessoas com deficiência visual. Neste período, ela se tornou a voz de programas de computador destinados a ajudar deficientes visuais, uma causa que abraçou após sentir pessoalmente a necessidade de tais ferramentas. Sua paixão pela causa e seu envolvimento em projetos de inclusão foram tão intensos que Kátia acabou se afastando gradualmente dos palcos.

Surdodum

Fundada em Brasília por Ana Soares, a banda desafia as convenções ao criar música impactante totalmente executada por músicos com deficiência auditiva. Com o nome escolhido pelos próprios integrantes, Surdodum significa "o som do silêncio", uma ode à sua capacidade única de sentir e interpretar música através da vibração.

Desde a sua formação, Surdodum evoluiu significativamente, alcançando um status reverenciado dentro da comunidade musical. Com batuques que ressoam no coração dos ouvintes, a banda já emocionou públicos por toda a capital federal e além, provando que a deficiência auditiva não é um impedimento para a musica. Os membros da banda utilizam métodos visuais e táteis para ensaiar e se apresentar, uma técnica que Ana Soares tem aperfeiçoado ao longo dos anos.

Marcelo Yuka

Marcelo Yuka, músico e compositor brasileiro, enfrentou um dos momentos mais desafiadores de sua vida no dia 9 de novembro de 2001. Conhecido por seu trabalho com O Rappa, onde suas letras carregadas de crítica social alcançaram o topo das paradas, Yuka foi vítima de um violento assalto na Tijuca, Rio de Janeiro, que quase custou sua vida. Atacado com seis tiros, um deles perfurou seu pulmão e outro parou a apenas cinco milímetros de sua medula, deixando-o paralisado da cintura para baixo.

Aos 38 anos, Yuka buscava mais do que apenas a recuperação física; ele se inscreveu em um programa experimental de reabilitação com células-tronco no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, visando a recuperação das funções perdidas. Apesar desses avanços, ele expressou um desejo firme de não ser visto como um modelo ou herói, consciente da dureza de suas batalhas contra a depressão e as expectativas sociais.

Tribo de Jah

A história da Tribo de Jah é única no panorama musical brasileiro. Formada por cinco integrantes deficientes visuais que se conheceram na Escola de Cegos de São Luís, a banda começou sua jornada musical nos anos 80, com Fauzi Beydoun juntando-se mais tarde como vocalista e compositor. Com uma sonoridade profundamente enraizada no reggae, a Tribo de Jah lançou treze discos, incluindo o aclamado "Regueiros Guerreiros". Apesar de ser menos conhecida no cenário nacional, a banda se apresentou internacionalmente, inclusive no prestigiado festival Reggae Sunsplash na Jamaica.

Nelson Ned

Nelson Ned d'Ávila Pinto, conhecido artisticamente apenas como Nelson Ned, nasceu em 1947 em Ubá, Minas Gerais, e faleceu em 2014. Ele foi uma das vozes mais conhecidas da música romântica brasileira e internacional, especialmente na América Latina. Nelson foi um dos primeiros artistas a popularizar o gênero da música brega no Brasil, conhecido por suas baladas emotivas e intensas que falavam de amor e desilusões amorosas.

Apesar de sua pequena estatura, devido a uma condição de nanismo, a voz de Nelson Ned era poderosa e cativante, e ele usava sua música para expressar emoções profundas que tocavam o coração de seus ouvintes. Além de seu sucesso no Brasil, ele também alcançou fama internacional, especialmente em países de língua espanhola, onde suas músicas foram igualmente populares e onde ele frequentemente performava.

Sua contribuição para a música brasileira e latina é inestimável, e ele deixou um legado de superação e perseverança.

Estas são apenas algumas das histórias que compõem a playlist na Spotfy "MPB por Pessoas com Deficiência". Cada artista traz sua voz única e uma narrativa de vida que transcende suas músicas, inspirando todos nós a reconhecer e celebrar a diversidade e a resiliência humana. Convidamos você a explorar e conhecer mais profundamente estas histórias através de suas melodias e letras. Para ouvir, acesse a playlist completa aqui.

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